A IA Roubou o Microfone?

A IA Roubou o Microfone?
Forbes/Roger Dooley

Inception Point AI, uma nova startup, quer lançar 5.000 podcasts e produzir até 3.000 episódios por semana. Não em um ano. Não em um mês. Toda. Santa. Semana. E o detalhe? Cada episódio custa menos de um dólar para fazer. Esqueça grandes estúdios, apresentadores carismáticos ou edições dramáticas, isso é podcast feito do mesmo jeito que o McDonald’s frita batatas: rápido, barato e em quantidades assustadoramente gigantescas.

Isso vira o mundo dos podcasts de cabeça para baixo. O modelo antigo era sobre uma personalidade, aquele apresentador cuja risada você secretamente odeia, mas ainda assim não consegue parar de ouvir. O novo modelo? Quantidade acima de qualidade. Imagine que você passa uma semana inteira lapidando um episódio emocionante, despejando sua alma ali… enquanto a IA lança 400 episódios no mesmo período, sem suar a camisa e sem reclamar da falta de café. É como disputar uma corrida contra o Usain Bolt numa esteira que você mesmo está empurrando, você se esforça, mas não sai do lugar.

A Inception Point AI quer dominar. Eles não querem ser a próxima NPR; querem ser o Walmart. Inundar as prateleiras com tanto conteúdo que não importa se metade é lixo, porque alguém, em algum lugar, vai consumir. A Inception Point AI basicamente está competindo com todo mundo.

Podcasters independentes? Boa sorte, o seu episódio cuidadosamente trabalhado de true crime acabou de ser soterrado por 1.000 mistérios de assassinato feitos por IA. Grandes redes de podcasts? Vocês parecem o Kodak vendo o Instagram decolar. Até Spotify e Apple? Melhor se acostumarem com o novo emprego de “filtro de spam glorificado para bate-papo de robô”. A IA basicamente está gritando, “Temos 10.000 apresentadores e nenhum deles precisa de férias.”

E isso não é só sobre podcasts. Se a IA consegue produzir conteúdo em massa desse jeito, o que a impede de produzir em massa partes do seu trabalho? Redação, atendimento ao cliente, design, até aquele resumo da reunião de segunda-feira que você finge se importar. Se a IA pode afogar o mundo dos podcasts em quantidade, o que a impede de fazer o mesmo no seu setor? Ainda acha que está seguro? Foi exatamente isso que o sucesso de bilheteria disse antes da Netflix mandá-la para o asilo corporativo.

Para os CEOs, isso é uma sirene vermelha piscando: se você não descobrir como surfar a onda da IA, vai ser o próximo a ser engolido. Para os gerentes, é sobre sobreviver num mundo em que a atenção das pessoas já está frita — e agora há ainda mais conteúdo inundando os feeds. Para os trabalhadores comuns? A verdade desconfortável é essa: se a IA pode substituir contadores de histórias, pode substituir qualquer um. Inclusive você. Sim, até a Karen do financeiro.

A pergunta não é se você vai ouvir podcasts feitos por IA. A pergunta real é: quando o seu novo “apresentador favorito” for, na verdade, um algoritmo com uma risada falsa de fundo, você vai sequer notar? Ou vai dar de ombros e continuar ouvindo até o dia em que uma IA vier atrás do seu emprego também?

- Matt Masinga


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